Ahn?!

Postado por Tatiana Rodrigues | domingo, junho 22, 2008 | 12 comentários »

Hoje não quero ser eu. Vou me permitir ser quem quiser.
Criar uma imagem em cima de outras que me inspiram e me levariam a um outro fazer. Alías, minha própria mãe diz que sou do tipo que "espera a hora, ao invés de fazer acontecer", pois hoje me levarei a outra dimensão, em que fazer o quiser é a única das leis.
Enxergo-me "um tanto bem maior", não no sentido físico, apesar de realmente ser pequenina. Mas maior ao fazer a diferença, em não me "acomodar com o que incomoda" e não me retirar da luta sem vitória alcançada.
Serei a melodia de uma canção de Amarante, a magia proposta por Anitelli e a rebeldia de Buckley.
Terei o estilo peculiar de Amy e gritarei como Alanis.
Serei o fogo encantado presente em um Cordel e a doçura disfarçada numa voz feminina.

"Existe aqui uma mulher
uma bruxa, uma princesa
uma diva, que beleza
escolha o que quiser..."
Ana Canãs


Serão vários em mim e eu em ninguém.
Quem sou eu mesma???

Postado por Tatiana Rodrigues | sexta-feira, junho 20, 2008 | 10 comentários »


Hoje fui a uma premiação dos melhores plantadores de milho da região. Três horas tendo uma verdadeira aula sobre qual a melhor forma de plantio, quais os cuidados necessários para uma boa colheita e como combater as pragas. Claro que não achei isso divertido, alías, lutei diversas vezes contra o tédio e o sono que pesavam os meus olhos. Um senhor que se sentava ao meu lado, bem na primeira fileira, foi menos guerreiro, dormiu durante todas as paletras.

Cobria o meu primeiro evento como jornalista do jornal Observador, era inevitável me sentir importante ali, com roupinha de jornalista (me vesti estilo Patrícia Poeta heehe) , agenda na mão, máquina a postos para o melhor clique. Tá, o evento não era neem de longe algo que me interessava, mas quem disse que vida de jornalista é só festa no Ouro Minas ou no Palácio da Liberdade, não é mesmo?!

Durante as intermináveis horas de slides, "bom dia", "o bom agricultor deve saber", "e o vencedor é".. minha mente viajou em vários momentos. Imaginei como seria bom encontrar um filho de fazendeiro rico e bonito (é.. ficou só na imaginação), como seria acabar com as "pragas" que permanecem nas nossas vidas e até se me enriqueceria se plantasse uns milhos no jardim de casa. Desisti da idéia quando vi os prêmios para os melhores do ano: um troféu (em forma de...... milho, claro!), utensílios super master como, furadeira, maleta de ferramentas e um super estiloso boné dos patrocinadores!

Agora tentarei lembrar o que exatamente aconteceu ali para escrever a matéria que será publicada no jornal!
Espero que 99% dos leitores se interessem e entendam do assunto tanto quanto eu!

Mas antes, vou ali na cozinha comer um milho com sal! =) está servido??!!

Apenas mais uma

Postado por Tatiana Rodrigues | sexta-feira, junho 13, 2008 | 2 comentários »

O ar sufoca
o imprevisível não surpreende mais
as lembranças não confortam nem perturbam
O incessante se mostra mais finito do que deveria ser
Palavras
promessas
sussuros
escrita
o silêncio se faz a voz da vida
a omissão transmite a verdade
Real
idade
O sentido que não se tem tido
promessas
palavras
idade
e nada é real.

A mídia que nos faz ver

Postado por Tatiana Rodrigues | terça-feira, junho 03, 2008 | 1 comentários »

‘‘Isto aqui não é filme de ação, não (...) o show (...) é para o Brasil ver mesmo.

Não tenho nada a perder (...)’’

Sandro do Nascimento

O episódio que ficaria marcado como “seqüestro do ônibus 174”, ocorrido no dia 12 de junho, de 2000, no Rio de Janeiro, chocou toda população que pôde acompanhar em tempo real cada detalhe desse fato que marcou a história do país.

O documentário, dirigido por José Padilha, retrata as 4 horas de tensão de todos que presenciaram e se envolveram com o desespero das vítimas, a revolta do seqüestrador e a preocupação dos policiais para que tivesse o melhor desfecho possível. Além de mostrar relatos de envolvidos, ele contextualiza as cenas com informações sobre o Sandro do Nascimento, como por exemplo, que ele foi uma das vítimas da Chacina da Candelária em 1993, um dos motivos de sua revolta que por diversas vezes enfatizou durante o seqüestro.

A fala de Sandro sintetiza o espetáculo criado pela imprensa em torno do seqüestro do Ônibus 174. A transmissão ao vivo, para todo o país, apesar de registrar detalhes de toda aquela circunstância, não conseguiu transmitir para o espectador toda dramaticidade de quem estava ali. Com o documentário, José Padilha não só mostra isso, como também procura entender o que o levou àquele ato, analisando a vida do seqüestrador.

Diante da reação de Sandro, em se sentir no comando da situação, ficou evidente a influência da mídia, não só em sua atitude, como na dos policiais que não souberam controlar como deveriam aquele angustiante espetáculo. A presença da imprensa no local e os registros de cada ação naqueles momentos foram decisivos no rumo e na proporção que tomou o seqüestro. As câmeras serviram como um meio para o Sandro se mostrar para a sociedade que ignorava não só a ele, como também a centenas de pessoas que vivem à margem e não tem voz, nem vez. A mídia naquele momento se tornou uma janela aberta para ele, que estava acostumado com os limites das grades. Enquanto para ele toda aquela exposição servia como uma segurança, por saber que o BOPE não iria expor para milhares de pessoas cenas “fortes”, para o próprio batalhão da polícia aquilo era um entrave, limitando as suas ações, inclusive através de ordens superiores.

O modo como foi conduzido o seqüestro do primeiro instante em que as câmeras são ligadas até o seu desastroso e trágico desfecho, com a morte da refém Geisa Firmo e de seu algoz Sandro, deixou evidente o poder de interferência da mídia diante de fatos. As perguntas que prevaleceram em quem acompanhou essas horas de pânico ao vivo, ou em quem assistiu o documentário provavelmente são as mesmas: Se a imprensa não estivesse presente o seqüestro duraria tanto tempo? Sandro teria atirado nos reféns? A polícia teria atirado nele?

Questionamentos que ficaram sem respostas, mas que serviram para abrir os olhos de uma sociedade tão acostumada a se fechar e ignorar o que está em torno de todos. A televisão naquele dia mostrou um dramático episódio. O documentário detalhou uma realidade ainda mais drástica que atinge “Sandros” de todo Brasil: a omissão diante daqueles que precisam ser ouvidos e vistos.