A década de 70 foi uma época intensa no Brasil. O país que até então era visto como basicamente rural, se vê diante de um crescimento acelerado nas cidades. Grande número de pessoas se transfere para essas áreas onde se observará um processo de modernização nunca visto até então.
A ditadura militar pode ser considerada como responsável por esses avanços, uma vez que para “mascarar” os horrores da época, os militares viam nos elementos tecnológicos e produtos importados uma forma de encantar o povo e mantê-los alheios a todos os problemas sociais e econômicos pelos quais passava o país.
A chegada e popularização da televisão é um dos pontos mais marcantes dessa modernidade que “batia à porta” dos brasileiros, como mostrou o filme “Bye Bye Brasil” de Carlos Diegues.
Na produção, protagonizada por José Wilker, a “Caravana Rolidei”, uma espécie de circo itinerante, que percorre as cidades mais pobres do Brasil, se vê ameaçada pela chegada da televisão nessas populações, onde o povo, encantando com a novidade não tem olhos para suas apresentações.
A cada viagem uma nova e decepcionante surpresa. A caravana perdia de vez o seu espaço e o que se observava era a tomada pelo progresso. Índios perdendo suas identidades naturais e entregues ao mundo capitalista, a coca-cola conquistando o seu lugar, a floresta Amazônica sendo destruída em nome da “evolução”.
O filme é uma crítica clara a esse processo de modernização de forma irônica e até mesmo “escrachada” ao estilo “American Way of life” que estava nascendo na nação Tupiniquim.
É a bobolização!