Sem rota

Postado por Tatiana Rodrigues | quinta-feira, julho 31, 2008 | 5 comentários »

Me guio sem norte, sem bússula e sem rumo.
Sem sorte aprendo a seguir instintos
Extinto qualquer forma de sabedoria racional
Sons e palavras descompassadas formam um trilho sem sentido

É um caminho sem destino, passos que não levam a um objetivo
É o impulso animal, o pulo do gato
É o nada que leva a lugar nenhum
O eu buscando o alguém
Encontrando ninguém.

O fascínio de uma torcida

Postado por Tatiana Rodrigues | segunda-feira, julho 14, 2008 | 10 comentários »


Não sou fã de esportes. Sempre fui péssima em tudo que envolve esforço físico e não sou das mais pacientes pra ver jogos na TV. Mas uma coisa me fascina de uma forma que ainda não sei como expressar: ir ao mineirão ver o galo jogar e ao mineirinho ver a seleção de vôlei.
Não vou entrar na questão de competências, vitórias ou perdas, até porque se fosse falar disso, não escolheria hoje, já que não nos demos muito bem no clássico futebolístico.
O objeto do meu fascínio e que me tira a concentração das próprias partidas é a torcida. Chega a ser mágico pessoas diferentes, com histórias e motivações distintas reunidas em uma só paixão. O grito uníssono de comemoração, raiva, motivação traduz o envolvimento de cada um ali com o mesmo objetivo: a vitória.
Me tira o fôlego ver a massa preta e branca fazendo a ôla e entoando o hino da nação alvinegra. Ou a torcida verde e amarela continuando a cantar o hino nacional ao parar o som e numa demonstração de patriotismo dizer "pátria amada Brasil".
Uma reunião de almas que encanta cada vez que presencio! Pra quem nunca teve o prazer de sentir essa emoção, recomendo que vá. Naquela listinha de três coisas que se deve fazer durante a vida (ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro), acrescento ir a um estágio de futebol ou a um ginásio ver a seleção. Garanto que é uma lembrança que será guardada por muito tempo.

Aurora

Postado por Tatiana Rodrigues | terça-feira, julho 01, 2008 | 12 comentários »


Estava estática.
Meus olhos não conseguiam acreditar no que viam, meu corpo não respondia a qualquer impulso e as palavras simplesmente não se libertavam de mim. Era a primeira vez que me sentia tão vulnerável e aquilo, estranhamente, não me incomodava. Pelo contrário, me sentia plenamente segura naquele lugar que eu nunca havia estado antes e com aquele ser, que jamais havia visto.
Não me lembro exatamente que lugar era esse, mas as cores ali, eram mais coloridas que em qualquer outro. Da voz daquele ser tão enigmático e sedutor, as palavras saiam como melodia: "confie em mim." Como poderia? nem o seu nome eu sabia, apenas o segui, como que por efeito de algum encanto. O fato é que confiava. O brilho dos olhos dele bastava para que eu pensasse em nada, apenas ficasse ali, quieta. Nunca fui do tipo aventureira, poderia considerar um acampamento com a escola, a coisa mais radical que já feito e no entanto ali estava eu, numa aventura que nem ao menos sabia o que significava. "O que fazemos aqui?" Finalmente consegui pronunciar algo, a voz falhava e não obtinha resposta. Senti a sua mão fria dele tocar a minha trêmula. Neste instante foi como se tudo o que já vivera antes fosse tão insignificante que sequer fazia parte da minha memória mais. As cores, tão presentes na minha lembrança daquele dia, ganharam formas, as mais lindas que poderia ter visto. Uma música parecia embalar aquela cena, era tudo tão perfeito que foi impossível segurar as lágrimas. Olhei para ele, o responsável pelo momento mais mágico que pude viver, o seu sorriso compunha o cenário e tudo que desejei foi eternizar aquele momento.

Acordei. E essas palavras, aqui registradas são a certeza que não me escapará jamais aquele sonho, que de real só tem a paz que me proporcionou.