Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, eles não se limitavam a falar de lado nem ficavam esperando a banda passar*
A década de 70 ficaria conhecida como os “anos rebeldes” e não é sem razão.
No cenário mundial ocorriam diversos fatos que marcariam a história mundial: a guerra do Vietnã, a crise do petróleo e o início da Guerra Fria.
No Brasil, sentíamos as conseqüências do Golpe de 64 e o seu Ato institucional n.º 5. Época de tensão no país. Vivíamos a era da ditadura militar, onde prevalecia o regime de “linha dura” com censuras e torturas psicológicas e físicas.
Diante dessa situação surgiam protestos de todas as partes. Estudantes, professores, músicos e artistas plásticos não se calavam diante das calamidades que presenciavam, e em nome da pátria e de suas ideologias se viam marcados de todas as formas pelo terror.
Como nada passava despercebido pelos “donos do poder”, as repressões vinham das piores maneiras possíveis. Os revolucionários tiveram suas vidas devastadas. As mais cruéis formas de torturas foram usadas, foram obrigados a se despedirem da terra que tanto amavam e partir para o exílio. Famílias perderam contato com seus filhos e sofreram com a dor de não vê-los mais.
Os chamados subversivos contrariavam a lei e a ordem, expondo sem medo suas contrariedades; e através da palavra lutavam por mudanças. Universitários se manifestavam dos diretórios das universidades, os jornalistas em jornais alternativos como o “Pasquim” e os músicos através de suas letras.
Nesse espírito revolucionário surgiam os Festivais de Música, palco da arte e alicerce dos grandes nomes musicais da época.
Exibidos pela Rede Record, os festivais foram grandes sucessos na época. Um espaço em que os artistas passavam suas mensagens para o público, protestando contra tudo e contra todos de forma direta ou através de mensagens subliminares.
Artistas como o compositor intelectual de classe média Chico Buarque e o poeta-cantor nordestino Geraldo Vandré se destacaram no II Festival de música popular brasileira, em 1966, os dois dividindo o primeiro lugar. Chico ganhando pela música “A Banda”, que continha em sua letra mensagens como “Mas para meu desencanto o que era doce acabou/ tudo tomou seu lugar depois que a banda passou/ E cada qual no seu canto/Em cada canto uma dor” e Vandré pela canção “Disparada”, que foi interpretada por Jair Rodrigues, que em seus versos dizia “Mas o mundo foi rodando/ Nas patas do meu cavalo/ E já que um dia montei/ Agora sou cavaleiro/ Laço firme, braço forte/Num reino que não tem rei”.
O público não interpretou “A Banda” como mensagem de protesto e vaiou quando recebeu o prêmio. Como Chico Buarque utiliza do lirismo em suas letras, o povo não identificou o sentido real da música. Já Vandré usa de uma crítica direta a todo sistema, e devido a isso, agradou mais.
1970, a década do “tudo é proibido”, também criou a geração mais engajada com a política e com os problemas sociais de “um reino que não tem rei” (Disparada – Vandré). Hinos de uma época e que custaram tanto a seus criadores revolucionários não poderiam deixar de ser citados. Temos o próprio Chico que cantou aos ditadores: “apesar de você amanhã será outro dia” e Vandré, que para não dizerem que não falou das flores, pediu: “vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”
Esses gênios não foram cantantes solitários na busca pela liberdade. Elis clamou pela volta “do irmão do Henfil”, o Betinho, que foi exilado, na música “O bêbado e o equilibrista” e ainda diz que “choram Marias e Clarisses no solo do Brasil”, falando claramente da dor de brasileiras que perdem seus filhos e maridos. Caetano Veloso e os Mutantes gritaram que “É proibido proibir” e tantos outros não se calaram.
Militantes da paz e exemplos de patriotismo, essas pessoas afastaram o “cálice” e fizeram a história. Denunciaram e transformaram em melodias, dor e sofrimento que para sempre ficarão marcadas a sangue e lágrima na memória do Brasil.
A década de 70 ficaria conhecida como os “anos rebeldes” e não é sem razão.
No cenário mundial ocorriam diversos fatos que marcariam a história mundial: a guerra do Vietnã, a crise do petróleo e o início da Guerra Fria.
No Brasil, sentíamos as conseqüências do Golpe de 64 e o seu Ato institucional n.º 5. Época de tensão no país. Vivíamos a era da ditadura militar, onde prevalecia o regime de “linha dura” com censuras e torturas psicológicas e físicas.
Diante dessa situação surgiam protestos de todas as partes. Estudantes, professores, músicos e artistas plásticos não se calavam diante das calamidades que presenciavam, e em nome da pátria e de suas ideologias se viam marcados de todas as formas pelo terror.
Como nada passava despercebido pelos “donos do poder”, as repressões vinham das piores maneiras possíveis. Os revolucionários tiveram suas vidas devastadas. As mais cruéis formas de torturas foram usadas, foram obrigados a se despedirem da terra que tanto amavam e partir para o exílio. Famílias perderam contato com seus filhos e sofreram com a dor de não vê-los mais.
Os chamados subversivos contrariavam a lei e a ordem, expondo sem medo suas contrariedades; e através da palavra lutavam por mudanças. Universitários se manifestavam dos diretórios das universidades, os jornalistas em jornais alternativos como o “Pasquim” e os músicos através de suas letras.
Nesse espírito revolucionário surgiam os Festivais de Música, palco da arte e alicerce dos grandes nomes musicais da época.
Exibidos pela Rede Record, os festivais foram grandes sucessos na época. Um espaço em que os artistas passavam suas mensagens para o público, protestando contra tudo e contra todos de forma direta ou através de mensagens subliminares.
Artistas como o compositor intelectual de classe média Chico Buarque e o poeta-cantor nordestino Geraldo Vandré se destacaram no II Festival de música popular brasileira, em 1966, os dois dividindo o primeiro lugar. Chico ganhando pela música “A Banda”, que continha em sua letra mensagens como “Mas para meu desencanto o que era doce acabou/ tudo tomou seu lugar depois que a banda passou/ E cada qual no seu canto/Em cada canto uma dor” e Vandré pela canção “Disparada”, que foi interpretada por Jair Rodrigues, que em seus versos dizia “Mas o mundo foi rodando/ Nas patas do meu cavalo/ E já que um dia montei/ Agora sou cavaleiro/ Laço firme, braço forte/Num reino que não tem rei”.
O público não interpretou “A Banda” como mensagem de protesto e vaiou quando recebeu o prêmio. Como Chico Buarque utiliza do lirismo em suas letras, o povo não identificou o sentido real da música. Já Vandré usa de uma crítica direta a todo sistema, e devido a isso, agradou mais.
1970, a década do “tudo é proibido”, também criou a geração mais engajada com a política e com os problemas sociais de “um reino que não tem rei” (Disparada – Vandré). Hinos de uma época e que custaram tanto a seus criadores revolucionários não poderiam deixar de ser citados. Temos o próprio Chico que cantou aos ditadores: “apesar de você amanhã será outro dia” e Vandré, que para não dizerem que não falou das flores, pediu: “vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”
Esses gênios não foram cantantes solitários na busca pela liberdade. Elis clamou pela volta “do irmão do Henfil”, o Betinho, que foi exilado, na música “O bêbado e o equilibrista” e ainda diz que “choram Marias e Clarisses no solo do Brasil”, falando claramente da dor de brasileiras que perdem seus filhos e maridos. Caetano Veloso e os Mutantes gritaram que “É proibido proibir” e tantos outros não se calaram.
Militantes da paz e exemplos de patriotismo, essas pessoas afastaram o “cálice” e fizeram a história. Denunciaram e transformaram em melodias, dor e sofrimento que para sempre ficarão marcadas a sangue e lágrima na memória do Brasil.
Eles morreram pela pátria, mas na viveram sem razão.
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